domingo, 20 de junho de 2010

Matéria do jornal Folha de Londrina do dia 01/02/2010: "Pet sister, o anjo dos animais de estimação"


'Pet sister', o anjo dos animais de estimação
Cuidadores resolvem problemas de pessoas que precisam se ausentar e não tem onde deixar seus bichos
Curitiba - Onde deixar o bichinho de estimação na hora das férias? Quem pode, leva o animal junto na viagem, outros apelam para a ajuda de parentes e vizinhos e uma grande parte, ainda, prefere hospedar os animais em hotéis. Em Curitiba, as pessoas têm, também, a opção de manter seus animais na própria casa, sendo atendidos por um ''pet sitter'', ou seja, um babá de animais de estimação, que vai cuidar dos bichinhos a domicílio.

Jacqueline Rapkiewicz começou a atividade há quatro meses e garante que a experiência está dando certo. ''Nos feriados de Natal e Ano Novo, eu acordava às 8 horas e não parava até de noite, indo de casa em casa'', revela. Ela conta que a ideia surgiu depois de perder o emprego e analisar diversas alternativas de trabalho que envolvessem uma de suas maiores paixões: os animais. Nos Estados Unidos e Europa, as funções de Dog Walker (passeadores de animais) e Pet Sitter são bastante comuns. No Brasil, no entanto, cuidar dos animais em casa é uma atividade nova.

A ideia veio também de uma experiência vivida por ela. ''No meu trabalho, cheguei a ficar quase dois meses fora. Pedi a uma vizinha para cuidar dos meus dois gatos, ela vinha na minha casa, dava comida, limpava as caixas de areia, passava um tempo com eles. Foi ótimo, quando voltei eles estavam super tranquilos e saudáveis'', afirma.

Com a ideia na cabeça, Jacqueline passou a divulgar sua nova atividade entre amigos, o que inclui uma vasta rede de protetores de animais. Seu maior desafio, no entanto, foi cuidar de uma casa com dez cães. ''Dá trabalho, mas quando você se dá conta, está se divertindo brincando com os bichinhos'', diz.

As amigas Joyce Batista e Michely Guerra, professora de educação física e nutricionista, respectivamente, também têm histórias pessoais para justificar a decisão de abrir, há um ano, o ''Miau Auau'', para passeio com cães e cuidados a domicílio. As duas tinham poodles pretos, e ambos morreram, segundo Joyce, após contrair cinomose em petshops.

Segundo Joyce, conquistar a clientela é o maior desafio. ''Nós vamos trabalhar na casa das pessoas, por isso é preciso ter uma relação de muita confiança'', diz. Jacqueline e a dupla Joyce e Michelly oferecem esquemas parecidos de atendimento. O trabalho prevê visitas diárias às casas, o que acontece em geral uma a duas vezes no dia, dependendo da vontade do cliente. Cada visita dura em média uma hora, quando é feita a limpeza do local, o que inclui trocar jornais, lavar chão, catar cocô, passar desinfetante; troca de água e ração; administração de medicamentos, quando necessário; e, ainda, brincadeiras e passeios com os animais.

O serviço é personalizado, respeitando ao máximo a rotina dos pets, de modo a reduzir ao mínimo possível o stress sentido com a ausência do dono. Para isso, o serviço começa sempre com uma boa conversa com os clientes. Joyce conta que certa vez chegou a fazer quatro visitas prévias a uma casa para poder conhecer bem o cachorro da raça rottweiller que iria cuidar durante a viagem de seus donos. ''Para fazer este trabalho é preciso gostar muito de animais, porque eles sentem isso'', avalia

Bom senso

A veterinária Cristiane Regina Nascimento Ogliari, que oferece os dois tipos de serviço - cuida de animais a domicílio e faz hospedagem na clínica dela - diz que o dono tem que ter ''bom senso'' para decidir o que é mais adequado. Gatos, de acordo com ela, têm mais dificuldades em se adaptar fora de casa. ''Nos dois primeiros dias eles ficam 'jururu', não querem comer, depois voltam ao normal'', avalia. Já cães grandes, acostumados a passeios e sair de casa para o banho, acostumam-se em hotéis mais facilmente do que cães pequenos, que vivem dentro de casa.

Para ela, muitas vezes pode ser perigoso deixar o animal sozinho, seja dentro ou fora de casa. ''Um cachorro pequeno pode aprontar se ficar sozinho dentro de casa por muito tempo. Assim como um cachorro de porte grande pode querer pular um muro, e até morrer pendurado em uma grade, sem ninguém que o tire dali'', diz. Este mês mesmo ela atendeu o caso de um Akita, que ao tentar pular uma grade, quebrou uma pata e ficou preso. O cão se debateu tanto, que morreu de exaustão. ''Por isso, mesmo que os donos contratem alguém para cuidar dos animais em casa, é importante conversar com os vizinhos para que fiquem atentos a qualquer barulho estranho na casa'', alerta.

Viagem sem preocupação
A bibiotecária Rosemary da Silveira Bianchini passou três meses procurando um hotel adequado para deixar a sua gata Maia, uma SRD (sem raça definida) resgatada da rua ainda filhote, há um ano. A maioria dos hotéis visitados mantinha os gatos dentro de gaiolas. ''Como é que eu ia deixar um gato hiperativo dentro de uma gaiola por dez dias?'', questiona. A única ''creche'' com espaço que ela encontrou ficava em área aberta, e ela ficou com medo que a gata acabasse doente.

''Eu já estava desistindo de viajar quando conheci a cuidadora'', conta. Jacqueline foi contratada para ir ao apartamento duas vezes por dia. De manhã, além de limpar o espaço, dar comida e água ao bichano, ela abria a porta da sacada para que Maia pudesse brincar, e à noite, fechava a porta. ''Foi a melhor coisa do mundo'', diz Rosemary.

Para a dentista Regina de Camargo e Dias, dona do cão Thor, da raça Bull Terrier, e de um tanque de carpas, os cuidados em casa vieram na hora certa. Ema não queria deixá-lo em pets e como trata-se de um cão com fama de brabo, a empregada tinha medo de tratar do cachorro sozinha.

Regina achou os contatos da Miau Auau pela internet, e não se arrependeu. ''A Joyce acabou se apaixonando pelo meu cão e ele por ela, tanto que hoje ela tem até o controle remoto do meu portão para entrar e sair quando necessário'', diz. Além de cuidar do cachorro, Joyce ficou encarregada também de alimentar os peixes.

Os preços também compensam, principalmente para quem tem mais de um animal em casa. As visitas custam a partir de R$ 15 (para uma visita diária). Este valor aumenta dependendo da distância da casa, da quantidade de visitas diárias e do tempo gasto no local. Para uma casa com dois animais, por exemplo, que pode ser dois cães ou um cão e gato, o preço fica em torno de R$ 30.

Outra vantagem é que a casa não fica com ares abandonados durante a viagem. ''Dá a impressão que a casa não está vazia, porque tem gente entrando e saindo, há um carro parado em frente, o cocô é retirado'', diz Jacqueline. Além de cuidar dos animais, é comum a pet sitter acabar agregando ''outros serviços'' à sua rotina, como acender e apagar as luzes, pegar correspondências na caixa de correio e até mesmo molhar plantas.

De olho nos serviços que uma casa exige, a personal travel Petra Vendrametto decidiu ampliar sua área de atuação. Além de programar pacotes personalizados de viagem, hoje ela oferece também não apenas os serviços de Pet Walker e Pet Sitter, como também cuida da casa, paga contas, molha plantas, e o que mais o cliente desejar. ''Muitos deixam estas atividades a cargo de parentes ou vizinhos, mas Curitiba tem um nicho de pessoas que moram sozinhas e que não tem com quem contar para estas horas'', diz. (M.G.)


SERVIÇO

Jacqueline Rapkiewicz
(41) 3224-2532 /(41) 9623-2123 / jacquera@hotmail.com
Miau Auau
(41) 9678-9115 / www.miau-auaucuidadoanimal.com.br
Petra Vendrametto
(41) 9997-3784 / pvpersonaltravel@gmail.com

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